segunda-feira, maio 16, 2011

Ele escrevendo... A ida para maternidade e minha chegada

Como sei que Lucas algum dia vai perguntar de onde veio, estou deixando tudo registrado... Assim, vou ter a resposta pronta.

"Eram 1:15hs da manhã, quando papai acordou com a mamãe de roupão, falando que achava que tinha estourado a bolsa. Mas mamãe não tinha certeza e não tinha dores.

Mamãe teve vontade de ir ao banheiro, levantou, mas não deu tempo de chegar lá. Será que era a bolsa? Será que era xixi? Mamãe tomou um banho e voltou para a cama. Mas logo levantou de novo para ir ao banheiro. E assim, ficamos com aquela dúvida: era xixi ou tinha estourado a bolsa?

Recorremos à internet, mas tem tanta informação lá, que a dúvida continuou.

Resolvemos então arrumar as malas. Afinal, não seria trabalho perdido se fosse alarme falso. Primeiro a mala da mamãe. Depois a minha malinha. Pinhão, Café e Jujuba começaram a desconfiar de algo...

Mamãe começou a ter também cólicas, mas achava que era vontade de ir ao banheiro. Tomou outro banho porque a água quente aliava as cólicas. Deviam ser as primeiras contrações, mas mamãe não sabia.

Malas quase prontas, as cólicas aumentaram. Mamãe tentou ligar para a médica, mas ela não atendeu. Eram quase 3 horas da manhã.

Na dúvida, resolvemos ir para maternidade. Malas no carro e mamãe começou a apressar papai porque as dores estavam aumentando. Eram quase 4 horas quando saímos de casa.

Avisamos Opa e Oma, mas não conseguimos avisar Vovô Lima e Vovó Tê, nem Tia Fê.

No caminho para maternidade, mamãe estava sentindo contrações fortes. E papai nem se lembrou de escolher um caminho que só pegasse asfalto. Pegou ruas de paralelepípedo (que palavra difícil!) e mamãe reclamou! Mas quem sabe, isto pode ter ajudado.

Entramos pela emergência, às 3:50hs. Estava vazia e mamãe foi atendida rapidamente. Ela não achou que foi tão rápido assim. Estava com dores. Muitas dores.

Ninguém conseguiu falar com a médica, nem no hospital. O médico de plantão avaliou a mamãe e a encaminhou para Parto Normal. Mamãe estava com tantas dores que nem ouviu. Nesta hora, mamãe estava com 2cm de dilatação e a bolsa não tinha estourado.

Enquanto papai fazia a internação da mamãe, Opa e Oma chegaram na maternidade. Papéis feitos, papai voltou para perto da mamãe.

Ela estava na sala de pré-parto. Já tinha tomado banho quente, mas nada aliviava as dores. Não podia tomar nenhum anestésico porque ela queria esperar a médica dele – que entrava de plantão às 7hs – para fazer a cesárea. Ela reclamava que eram exatamente estas dores que ela não queria sentir.

Finalmente, às 5hs, conseguiram falar com a Dra. Amanda. Ela já estava a caminho.

Levaram mamãe para a sala de parto. Papai ainda não pode ir. Papai aproveitou e continuou tentando avisar Vovô Lima, Vovó Tê e Tia Fê. Mas só conseguiu passar uma mensagem de texto para eles.

Dra. Amanda chegou às 5:20hs. Ainda faltava a anestesista. Papai só ouvia mamãe reclamar de dores, mesmo ele não estando ao lado da mamãe. Ainda bem que neste momento o Centro Obstetrício (mais uma palavra difícil) estava vazio.

A anestesista, Dra. Luciane, chegou às 5:25hs e foi preparar mamãe para meu nascimento. Nisso, as coisas ficaram mais calmas, apesar de mamãe ainda estar com dores e ter dificultado um pouco o trabalho da anestesista. Ela queria dar a injeção – que ainda bem que eu não vi o tamanho da agulha – enquanto mamãe estava tendo contrações.

Papai aguardava no corredor. Ele já estava agoniado e andava de um lado para outro. Estava com medo que fossem esquecer ele e não o chamassem para o nascimento.

Tudo pronto e chamaram papai. Quando ele chegou, mamãe estava deitada na maca, em posição de cruz para poder receber todos os soros que precisava. Dra. Amanda e a instrumentadora já estavam abrindo minha porta de saída. Um pano verde impedia que mamãe visse qualquer coisa. Papai estava atrás da mamãe, sentado num banquinho. Ele tinha medo de passar mal, desmaiar, mas ele estava tão tranqüilo que nem teve dúvidas de ir para os pés da maca quando as enfermeiras perguntaram se ele queria ver meu nascimento. Papai agüentou forte e bateu um monte de fotos.

Nossa, a doutora e a instrumentadora tiveram que fazer força para que eu pudesse nascer. Pensei que numa cesareana, não fizessem tanta força.

Então, eu nasci. Eram 5:57hs do dia 13 de Maio de 2011 – uma sexta-feira (sexta-feira 13 e nada de superstições). A pediatra me avaliou e deu notas 8 e 9. Nasci com 2,955kg e 48cms. Chorei logo. Nasci bem cabeludo, com mais cabelos do que meu papai tem hoje. As unhas estavam compridas, porque ninguém quis cortar enquanto eu estava na barriga da mamãe.

Apesar de ser uma sexta-feira treze, outros acontecimentos mais importantes também são comemorados no dia 13 de Maio: aniversário da ponte Hercílio Luz, dia de Nossa Senhora de Fátima e comemoração da assinatura da Lei Aúrea, abolindo a escravatura.

Papai ficou ao meu lado, no bercinho aquecido, enquanto fechavam a porta que tinham aberto na barriga da mamãe. Mamãe acha que foi um portão!

Agora, posso ajudar papai a escrever neste blog."

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