terça-feira, outubro 23, 2007

Leite Azedo

Entrando num site de notícias hoje, vejo duas notícias:

Leite fica 15% mais barato e ajuda a segurar inflação pelo IPC-S

Cooperativas são suspeitas de adulterar leite em MG

Num primeiro momento, imagino que a adulteração está por trás da redução do preço. Ainda bem que não. O leite reduziu seu preço por outros motivos - término da entressafra, concorrência. A adulteração ocorreu isoladamente em Minas Gerais, por gananciosos empresários que adicionaram produtos químicos ao leite, como soda caústica e água oxigenada. Estão presos.

Sabe qual pena eu daria para estes empresários? Tomar do próprio leite. A única alimentação que eles teriam seria o leite da cooperativa deles, com os poderosos aditivos que foram colocados, ou produtos feitos com eles, como queijo, manteiga e iogurte.

Crueldade demais? Crueldade é o que eles fizeram. Leite para eles!

domingo, outubro 21, 2007

Finalmente, plataforma

Quando vim para o Rio, trabalhar numa grande empresa, eu tinha um sonho: visitar uma plataforma. Eu não devo trabalhar embarcado, mas transporte marítimo tem alguma relação com o petróleo produzido em alto mar. Então, mantive minhas esperanças.
E a oportunidade apareceu. Da primeira vez, não era uma plataforma em alto-mar, mas a P-54 que ainda está terminando sua construção no Estaleiro Mauá. Eu e parte da minha turma conseguimos uma visita, que foi realizada no dia 31 de agosto, antes de irmos para Macaé.
Trata-se de uma FPSO - Floating, Production, Storage and Off-loading - uma unidade que é construída sobre o casco de um navio e permite produzir e armazenar, para depois fazer a transferência para outro navio.
A plataforma é enorme - 337 metros de comprimento e capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo por dia.
As instalações são de primeiro nível.
Infelizmente, estava sem máquina fotográfica, então tive que tirar a foto ao lado com o celular do heliponto da plataforma.
A foto mais acima encontrei na Internet.
Mas o sonho ainda não estava completo. Eu queria ver uma plataforma em alto-mar. E a oportunidade surgiu em Macaé. Lá, eu e mais 3 colegas embarcamos num barco que leva material e rancho para as plataformas da Bacia de Campos. Coincidentemente, meu embarque foi no Maersk Vega, para relembrar minha antiga empresa. Esta embarcação é um PSV - Platform Supply Vessel bem moderno, com quase 90 metros de comprimento.
Passei 2 dias e meio embarcado. O barco levou material para 7 plataformas, algumas do mesmo tipo que a P-54, outras semi-submersíveis. A distância para a costa é um pouco mais de 150 milhas naúticas. Vejam as fotos no filme abaixo. E curtam a trilha sonora.
Quer saber se balança? Sim, muito. Quer saber se passei mal? Não, mas foi na base do Dramin.
Engraçado foi quando voltei para terra. Passei mais 2 dias sentindo o balanço do mar.
O sonho está completo? Quase. Ainda quero ir para uma plataforma de helicóptero. Posso continuar sonhando?

quinta-feira, outubro 18, 2007

Números Primos

Apenas para movimentar um pouco antes de escrever sobre temas mais importantes: viagem de barco, aniversário e pedidos...

Responda rápido: o número 1 é um número primo? Após tanto tempo sem ouvir ou necessitar deles, eu achava que era. Devo ter ouvido falar de números primos pela última vez quando ainda estava no colégio e já se passaram quase 15 anos. Nem sei bem para o que eles servem, mas hoje, num exercício de Probabilidade, tive que relembrar deles. Meu conceito era que número primo é todo aquele número que só pode ser dividido por ele mesmo ou por 1.

Pensando deste jeito, rapidamente considerei o número 1 como número primo. E assim resolvi o exercício. A surpresa foi quando o professor informou a resposta e a diferença é que ele considera que 1 não é um número primo.

Uma consulta rápida no Google e na Wikipedia confirmaram que ele estava certo. Uma definição mais elaborada: número primo é todo número natural maior que 1 que só pode ser dividido por 1 e por ele mesmo.

Qual a utilidade disto? Bem, não sei. Assim como continuo não sabendo as utilidades dos números primos.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Meu Primeiro Assalto

Pouco mais de 4 meses. Este foi o tempo que consegui ficar sem ser assaltado no Rio de Janeiro. E o pior, este foi a primeira vez que fui assaltado em toda a minha vida.

Anteriormente, eu só havia sido furtado 2 vezes. Uma vez em Curitiba, quando entraram no apartamento que eu alugava. Levaram algumas coisas valiosas e pequenas. Reviraram tudo, mas deixaram TV, cheques e computador. A outra vez foi em Florianópolis, quando levaram a minha bicicleta da garagem de casa.

Desta vez, foi no ônibus, em São Cristóvão, quando eu estava voltando do trabalho. Eram 5hs da tarde do dia 01/10 - segunda-feira. Eu normalmente volto de metrô, mas neste dia, resolvi voltar de ônibus por ser mais rápido. Peguei o ônibus - linha 462 - no ponto final. Só entraram 2 passageiros - eu e uma senhora. Quando o ônibus estava quase saindo, já com a porta fechada, outro passageiro pediu para entrar. Era o assaltante, mas ele entrou e pagou a passagem como um passageiro normal e sentou perto da cobradora. Não percebi quando ele foi em direção a cobradora e anunciou o assalto. Quando vi, pensei que ele estava perguntando algo. Só entendi a situação quando o vi pegando o dinheiro do ônibus. Não se sabe se ele estava armado. Escondi minha pasta sob o banco. A outra senhora também fez o mesmo com a sua bolsa.
O ladrão estava nervoso. E pedia para o motorista abrir a porta de saída, que ficava no meio do ônibus, perto de onde eu estava. E quando ele se aproximou da porta, gritou para mim pedindo a bolsa. Tirei minha carteira do bolso e tentei entregar só o dinheiro. Mas ele pegou da minha mão e desceu correndo do ônibus. Ele não tentou assaltar a outra passageira, nem pediu o celular ou o relógio. Desceu do ônibus e correu. Não havia nenhum policial por perto!

Todos fomos a Delegacia fazer a ocorrência. Após 3 horas de espera, conseguimos relatar o fato e olhar fotos dos deliquentes fichados na polícia. Tanto eu quanto a cobradora e a senhora reconhecemos a mesma pessoa: Arthur Cavalcanti, ladrão em liberdade condicional pelo mesmo crime - artigo 157 do Código Penal - Roubo. Lembramos que este cidadão estava parado na passarela perto do ponto, olhando e provavelmente escolhendo o ônibus para assaltar. Provavelmente escolheu este por estar vazio.

Meu prejuízo: R$ 40,00, a carteira de motorista e o cartão de débito do banco. E uma sensação de impotência impressionante.

O Rio de Janeiro pode ser lindo, mas estes fatos acabam com sua imagem. Pode acontecer em qualquer lugar do mundo, é verdade. Mas parece que aqui é bem mais frequente e as pessoas já nem ligam. Quantas vezes já não ouvi que, na verdade, a culpa é do assaltado que vacilou. Você não pode falar no telefone na rua, não pode andar com bolsas que pareçam ter alguma coisa e tem que estar sempre ligado. Você anda nas ruas fingindo que não vê crianças, jovens e adultos dormindo na rua mesmo nos bairros melhores da Zona Sul.

Sou partidário da tolerância zero. Para qualquer tipo de crime - desde assaltos até jogar papel na rua ou andar sem capacete (muito comum aqui no RJ). Já escrevi aqui sobre a impunidade e mantenho minha opinião. E cada um deve fazer a sua parte. Registrar queixa, denunciar abusos, não comprar contrabando ou pirataria.

Nesta semana, a revista Veja traz uma entrevista com o Luciano Huck sobre um assunto parecido. Ele também foi assaltado e defende, entre outras coisas, a melhoria da educação para buscar menor diferença social, mesmo que seja a longo prazo. Parabéns ao Luciano pela coragem.

E eu torço por não passar por tal experiência novamente...