quarta-feira, maio 25, 2011

Ele escrevendo… Chegando em casa!

Finalmente, em casa! Que alegria. Papai e mamãe me trouxeram para a nossa casa. Que casa linda! Jujuba estava me esperando. Café e Pinhão já me conheceram na casa da Oma, mas chegaram logo depois da gente. É, eles estão ainda me reconhecendo. Enquanto eu estava na maternidade, Vovó Tê trouxe algumas das roupinhas que eu usei por lá para eles cheirarem e já me reconhecerem. Mas sinto que eles estão com um pouco de ciúmes. Ei, não precisam ficar com ciúmes. Vou roubar o tempo de papai e mamãe agora, mas depois eu prometo que brincarei um monte com vocês.

Papai e mamãe me mostraram a casa toda. Sabe qual a parte que mais gostei? Meu quarto! A casa estava cheia de flores. Como mamãe não podia ganhar flores na maternidade, as flores acabaram enfeitando a casa.

DSC05600

Já quis mamar. Tanta novidade me deu fome. E ainda recebi visitas. Tia Isolde e Tio Aldemio vieram me ver.

E também ganhei presentes. Meu primo Caio entregou os presentes que ele trouxe de São Paulo, com cartõezinhos escritos por ele! Mas o melhor presente foi ele e a tia Fê estarem aqui.

DSC05611

Bem, a partir de agora, vou deixar Papai voltar a escrever que ele já está ficando com ciúmes de eu estar usando o blog dele. Ele disse que vai contar como sou no banho, na troca, se durmo, se mamo e o que mais eu faço. Se ele demorar para escrever, cobrem ele ou até peçam a minha volta. Até logo!

terça-feira, maio 24, 2011

Ele escrevendo… Tendo Alta!

Domingo, 15 de maio de 2011

Chegou o dia! Vou passear! Minha primeira promoção – hoje é dia de alta. Já nasci a mais de 48 horas – o preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria como tempo mínimo para qualquer bebê permanecer no hospital, onde pode ter mais cuidados. Ainda bem que meus cuidados foram apenas trocar fraldas, tomar banho, tomar vacinas e fazer os testes do olhinho e do ouvidinho.

Mamãe e Papai começaram a arrumar as coisas cedo. Todas as enfermeiras que entravam no quarto perguntavam se eu e mamãe já estávamos de alta, mas ainda não estávamos. Será que as médicas não iriam cumprir com o prometido?

Acordei depois do papai e mamãe. Mamãe já tinha tomado café na cama e papai já tinha ida tomar café na cafeteria. Mamãe chamou a enfermeira para acompanhar a pega da mama. Mas estava direitinho e pude continuar mamando. Uma delícia!

Opa e Oma passaram para mais uma visita. Também recebi visita do Vovô Lima e da Angelina – eles já estão voltando para Floripa e passaram para dar um tchau.

Ainda pela manhã, hora do banho. Desta vez, papai estava aqui para acompanhar e fotografar. E durante o banho, fui convocado para vacinação contra tuberculose. Papai e mamãe me levaram até a sala de vacinas. Esta é aquela vacina que carregamos a marca no braço durante boa parte da vida. As enfermeiras foram bem cuidadosas na aplicação. Comecei a chorar um pouquinho, mas começou a tocar uma musiquinha gostosa e eu acalmei – era o celular de uma das enfermeiras que tinha um toque tranqüilo. Não reclamei de mais uma vacina, mas se continuar neste ritmo de uma picada por dia, vai acabar vazando todo leite que eu beber da mamãe pelos buraquinhos. Deve ser por ter tantas picadas que pesei somente 2,715kg hoje depois do banho. Mas é normal perder até 10% do peso após o nascimento. Do jeito que mamãe tem leite, não vou ter dificuldades em crescer forte e saudável.

E o resto da manhã foi esperando a minha pediatra e a obstetra da mamãe. Mas não agüentei esperar e tiver que mamar – é meu estômago é pequeno e como de pouquinho em pouquinho.

Ainda estava mamando, quando a pediatra chegou. Exame rápido e fui liberado! Depois, orientações para papai e mamãe: realizar o teste do pezinho a partir de 2ª. feira, primeira consulta com pediatra em 10 dias, cuidar bem do umbiguinho e por aí vai. Papai e mamãe prestaram bastante atenção, afinal são papais de primeira viagem e tudo é novidade para eles.

Mal tive tempo de descansar e chegou a médica da mamãe. Novas instruções e mamãe foi liberada. Nova consulta em 30 dias. Papai e mamãe agradeceram bastante a Dra. Amanda, que cuidou direitinho da mamãe, e de mim, durante estes 9 meses. Papai e mamãe deram um bem nascido para ela, como recordação do meu nascimento. Todos dizem que está bem gostoso, mas ninguém lembrou ainda de dar um para mim...

Agora, só faltava a papelada. Enquanto isto, Dinda Jozy e Dindo Hugo ajudaram a arrumar as coisas e já levaram algumas malas para o carro. Coloquei a roupinha de saída da maternidade, que a Dinda Jozy me deu.

Então, a enfermeira veio com a minha Caderneta de Saúde. Trouxe também a minha Declaração de Nascido Vivo. Uma rápida checagem se eu tinha tomado a vacina BCG e já podia ir para casa.

Mas papai e mamãe não se esqueceram de agradecer. Fizeram questão de passar na Capela do hospital antes de ir para casa. Estávamos só nós três lá e vi lágrimas nos olhos de papai e da mamãe. Será que eles estão tristes de estar indo embora? Mamãe disse que não, que na verdade estavam muito felizes. Como estes adultos são complicados, né?

Fotos na saída do hospital. Ganhamos um ipê para plantar. Papai buscou o carro e fui colocado no meu bebê conforto. Pensam que fui para casa? Que nada. Fui para casa da Oma para meu primeiro compromisso social.

DSC05587

domingo, maio 22, 2011

Ele escrevendo… A Segunda Noite

Acho que estou ficando velho – minha memória já está falhando. É, papai, precisamos escrever mais rápido. Onde foi parar o tempo livre que tínhamos? Será que desapareceu junto com a barriga da mamãe?

Como hoje a movimentação terminou mais cedo, iniciamos nosso descanso mais cedo também. Fiz meu jantar por volta das 20hs e dormi. Nem dei tchau para as visitas. E continuei dormindo... E dormindo... E dormindo...

Mamãe recebeu a visita de uma enfermeira para olhar os seios dela. Era para saber se eu estava tratando bem do meu restaurante. A enfermeira achou que não. Que eu não estava abrindo um bocão. Ela mostrou como melhorar e pediu para ser chamada quando eu fosse mamar.

Eram 2hs da manhã, quando a enfermeira voltou e eu ainda estava dormindo. Ela então pediu para que eu fosse acordado para mamar. É uma grande dúvida: preciso ser acordado para mamar ou vou chorar quando estiver com forme?

Bem, fui acordado e ensinado como mamar. Eu prometi que iria tentar abrir mais o bocão.. Para falar a verdade, acho que estava tudo certo e o comentário da enfermeira só deixou minha mamãe um pouco ressabiada. Bem, preocupação nunca é demais e mamãe passou a prestar mais atenção na minha mamada. Mas uma coisa eu garanto: o restaurante está bem gostoso!

Esta noite, eu dormi no bercinho. Depois da mamada forçada, só fui acordar de manhã. Papai e mamãe estão bem contentes com isto.

sexta-feira, maio 20, 2011

Ele escrevendo… O segundo dia.

Estar no quarto é bem melhor. Papai pode dormir na 2ª. maca do quarto. Fiquei pensando: será que ele também está se recuperando de algo?

Mamãe tomou café no quarto e papai foi até a cafeteria.

Este segundo dia foi o dia das primeiras visitas. Nossa, quanta gente eu conheci. Acho que não vou lembrar o nome de todos. Os primeiros a chegar foram Opa e Vovó Tê. Eu ainda não tinha visto o Opa. Ele me pegou no colo e disse que vai me ensinar a pescar. Papai ficou aliviado porque se dependesse dele, pescaria só na peixaria... Opa também “pregou” na porta do quarto o meu enfeite: “Com Figueira no coração...”. É, já tenho time de futebol para torcer.

DSC05579

Recebi então a visita da Fonoaudióloga Luciane. Ela colocou meu primeiro fone de ouvido. Sabe o que eu fiz? Ouvi – quer dizer – o resultado deu normal. Nas minhas duas orelhinhas. Aliás, mamãe disse que minha orelhinha é igual a do meu pai – uma delas tem uma pontinha, mas calma que não sou nenhum elfo ou coisa parecida.

As visitas continuaram. Vovô Lima e Angelina, Patricia, Jéssica e Felipe, Jozy e Hugo, e Oma passaram para me visitar. Todos ficam maravilhados com meus cabelos! Papai morre de inveja. Vovô Lima trouxe um presente: uma bola de basquete – minha primeira bola!

Nem precisei ir ao consultório e a minha pediatra preferida veio me ver. Papai não reconheceu a Dra. Adriana, mas foi a pediatra que participou do meu parto. Mais uma fã do meu cabelo. Fui examinado e aprovado. Desta vez, foi o teste do olhinho. Ainda não ganhei alta, porque é norma das maternidades só dar alta depois de 48hs do nascimento, mas pediatra prometeu passar novamente no domingo para permitir que eu vá para casa.

Papai saiu com Vovô Lima e Angelina para almoçar. Eles foram numa churrascaria comemorar meu nascimento. Papai quis tomar um vinho especial e escolheu um Joaquim – vinho catarinense que eu vou adorar. Com isto, ele perdeu meu primeiro banho no quarto. Tudo bem, ele já tinha visto meu banho ontem. Mamãe contou para ele que eu chorei bastante. O banho é dado no mesmo bercinho que eu dormi. Depois do banho, fui pesado: 2,815kg. É normal perder peso depois do nascimento. Afinal, cortaram meu alimentador exclusivo. Agora, tenho que ir até os restaurantes.

Antes do banho, a Dra. Amanda, médica da mamãe também passou por lá. É, esta visita não era para mim – era para mamãe. Mas foi rápida e a doutora só perguntou se mamãe estava bem e também prometeu deixar mamãe ir para casa no domingo.

À tarde, papai e mamãe descansaram um pouco. Eu aproveitei que eles dormiram e dormi também. Foi gostoso! Família que descansa unida permanece unida! Papai acordou mais cedo que mamãe e me levou para passear no corredor da maternidade. Para o jantar, uma deliciosa sopa de galinha. Mamãe comeu tudo. Papai deixou no prato. Que feio, papai!

E a noite, mais visitas! Tia Fê e meu primo Caio chegaram de São Paulo. O horário de visitas já tinha terminado, mas eles conversaram direitinho com a recepcionista e puderam vir me ver, mas bem rapidinho. Primo Caio estava tímido e ficou assustado que eu não abri os olhos enquanto ele estava no quarto. Depois, ele perguntou para Tia Fê se eu não enxergava, mas era apenas sono.

Depois desta visita, o quarto ficou tranqüilo novamente. Somente mamãe, papai e eu. Mamãe comeu o lanche da noite, mas papai teve que ir até a cafeteria porque não quiseram trazer para ele. Papai acha que a moça que trouxe o lanche não torce para o Figueirense e por isso não quis trazer lanchinho para ele.

E assim, passei meu segundo dia e estou pronto para minha segunda noite. É, como os dias tem sido movimentados, não tenho tido chance de escrever sempre... Vou ter que pedir ajuda para o papai...

quinta-feira, maio 19, 2011

Ele escrevendo… A primeira noite

E chegou a primeira noite. Eu, mamãe e papai juntos. Quer dizer, faz 9 meses que estou junto com eles, mas esta é a primeira noite em que estarei fisicamente com eles.

Como viemos tarde para o quarto, papai e mamãe perderam o jantar. Logo trouxeram um lanche, mas como era fraquinho, papai e mamãe pediram um sanduíche para cada um. Depois, mamãe cuidou da minha comida. Deliciosa! E qual foi a sobremesa? Bercinho, onde dormi gostoso enquanto mamãe tomou o primeiro banho depois da cesárea. Ela teve que tomar o banho sentada, apesar de já estar bem, sem nenhuma tontura ou enjôo devido a anestesia. Papai ajudou mamãe a se secar e ela pôs um pijama bem bonito, mas com botões na frente para facilitar acesso ao meu restaurante – quer dizer – restaurantes preferidos.

Depois do banho da mamãe, hora de cuidar da minha higiene e troca de roupa. Papai e mamãe escolheram agora um tiptop amarelo para eu dormir a minha primeira noite. Chamaram ajuda da enfermeira para esta troca – eles não trouxeram lencinhos umidecidos para limpar meu popozão direitinho. Desta vez, tinha cocô, quer dizer mecônio. Limparam direitinho e colocaram minha roupinha.

DSC05471

Mas eu ainda não queria dormir. Queria mamar mais um pouco. É, estava mamando de hora em hora – quando cheguei ao quarto, depois do banho da mamãe e depois da minha troca de roupa. Eram 23hs e resolvi dormir um pouco mais. Assim, pude deixar mamãe e papai descansarem um pouco. Mas não quis dormir no bercinho. Então, mamãe me colocou no seu peito, de bruços, onde estava mais quentinho.

Às 2hs da manhã, fui acordado para ir tomar injeção para Hepatite B. Fui só com a enfermeira. Papai estava tão cansado que não quis ir comigo. Papai falou que quando a enfermeira entrou, achou que já tinha dormido várias horas, mas tinha sido apenas duas.

Não chorei muito ao tomar a injeção, mas precisaram trocar minha fralda depois porque eu tinha feito mais cocozinho. Desta vez, papai e mamãe trocaram sozinhos - a enfermeira tinha trazido umas amostras grátis de lenço umidecido antes.

Mamãe então deu mais um pouco de comida para mim e voltei a dormir. Mamãe me arrumou direitinho na cama, ao seu lado, que eu dormi até às 8hs da manhã. É, fui bonzinho com papai e mamãe nesta minha primeira noite, não acham?

terça-feira, maio 17, 2011

Ele escrevendo - O primeiro dia

É, quis chegar cedo. Espero assim motivar mamãe a acordar cedo também para brincar comigo.

Logo depois que sai do meu cantinho dos últimos nove meses, chorei um pouco. Estava frio e fiquei um pouco roxinho. Mas logo, a Dra. Adriana cuidou de mim. Quer dizer, hoje posso dizer que cuidou, mas naquela hora, parecia que ela não gostava de mim. Colocou um negócio gelado no meu peito (para escutar meu coração), enfiou um tubo no meu nariz (para limpar meu pulmão) e me enrolou num pano (para me deixar quentinho).

De repente, papai me pegou no colo e me levou para perto de mamãe. Foi tão bom! Que cheirinho gostoso. Mas mamãe estava com preguiça e não levantou daquela cama que ela estava deitada. Foi papai quem ficou comigo mais um pouco enquanto eu me aquecia na estufinha. De vez em quando, aquela máquina apitava um barulho chato, mas logo papai aprendeu onde apertar para parar com o barulho.

Logo, mamãe ficou pronta e saiu da posição de cruz. Trocaram-na de maca e me levaram para o colo dela. Que colo gostoso! E fui dar meu primeiro passeio com um meio de transporte de quatro rodas. Mas foi curtinho, até uma sala grande com outras macas. A sala ainda não estava cheia e fomos colocados num cantinho calmo. Mas durante o dia, a sala encheu e mudei de lugar algumas vezes.

Nesta sala, fiz minha primeira refeição. Não foi tão difícil achar o jeito correto de comer a comida preparada especialmente e exclusivamente para mim pela mamãe. Que gostoso! Mamei bastante e depois... Dormi!

Nossa, acho que muitos outros bebês resolveram nascer neste dia. A sala de recuperação estava cheia e demoraram a me dar banho. Também já imaginamos que iria demorar a conseguir um apartamento.

E foi no meu primeiro banho que mostrei toda força dos meus pulmões. Mamãe não estava lá e queria que ela ouvisse – por isso, chorei bem alto. Pingaram um líquido escuro nos meus olhos. Não gostei e mexi bastante meus braços. Depois, picaram um negócio que disseram ser vitamina K na minha coxa. Ei, por que estão fazendo isto comigo? Pensam que parou? Que nada. Molharam um pano e me limparam todinho. Esbravejei bastante e a enfermeira começou a mudar de opinião e me achar bem irriquieto. Só fiquei calmo quando me pegaram de bruços. Tomei uma ducha de água morna e então as coisas começaram a melhorar. Limparam meu umbigo e colocaram a primeira fralda – meu banheiro particular. Vesti minha primeira roupa – um lindo conjuntinho de lã amarela feito pela Vovó Tê. Como não sou muito grande ainda, a roupa ficou larga. Todo vestido, fui desfilar no colo de meu pai até perto de mamãe. Fiz sucesso! Papai também foi elogiado porque combinamos que eu iria ficar quietinho no colo dele.

Só não foi muito bom ter que esperar tanto para ir para o apartamento. Até que eu me comportei e dormi bastante no colo da mamãe, mas eu queria conhecer meus avós. Opa e Oma me viram rapidinho pela manhã, ainda antes do banho. Pela manhã, só Dinda Jozy passou na maternidade, mas só conseguiu ver fotos que papai não para de bater (por enquanto a média é de 100 fotos/dia). Foi somente neste momento que papai foi tomar um café da manhã. Eu deixei, afinal, ele estava acordado desde a madrugada e não estava ganhando comidinha na veia como a mamãe. Papai disse depois que no café, conseguiu finalmente avisar as pessoas que eu resolvi me adiantar e já tinha nascido.

As pessoas foram chegando, mas como não liberava quarto para mim, eu não conseguia receber as visitas.

No meio da tarde, papai resolveu sair do centro de recuperação para tentar descansar mais confortavelmente do que na cadeira de plástico branco que ele estava. E na saída, ele encontrou a Dinda Jozy, que pode então entrar como acompanhante da mamãe. E assim, com a troca de acompanhantes, fui conhecendo as pessoas. Depois da dinda, foi a vez da Oma. Depois da Oma, foi a vez da Vovó Tê – que tinha chegado no meio da tarde de Floripa.

Papai voltou só quando já era noite. Ele aproveitou a saída e ligou para alguns amigos e também resolveu o problema da liberação do apartamento. Como mamãe entrou pela emergência, não tinham feito a internação direito e não tinham reservado apartamento individual para nós. Mas ele resolveu direitinho. Teve que ir até a Internação e também até a recepção da Maternidade. Trocaram outra paciente de quarto, para liberar um apartamento para nós. Papai disse que apartamento é melhor porque ficamos somente a nossa família, sem ter outro paciente no quarto – mas por isso demorou mais. No apartamento, papai teve direito a uma maca para ele dormir. Será que ele também precisa de cuidados só porque eu nasci?

Quando papai voltou, ele também me levou na janelinha do centro de recuperação para que Vovô Lima, Angelina e Dindo Hugo pudessem me ver. Foi papai mesmo quem me levou na janelinha. Mais fotos. Devo ser famoso!

Papai também pediu que eu fosse trocado. Afinal, desde o banho eu ainda estava com o mesmo banheiro individual, quer dizer fralda. Uma enfermeira então me levou e papai foi junto. Papai conseguiu também pedir para o pediatra de plantão olhar meu olhinho direito – que estava um pouco inchado e vermelho porque ainda estava com uma secreção do parto.

Nesta primeira troca de fralda, só tinha xixi. Quase sujo a roupa toda com mais um pouquinho de xixi que fiz quando tiraram a fralda suja. Mas foi só um susto. Ainda bem, porque eu trouxe apenas uma muda de roupa para nascer. As outras ficaram na malinha que ainda estava no carro.

Trocado novamente, fiquei quietinho no colo do papai, deixando mamãe descansar um pouco mais. Mas ela estava muito bem e já tinha até comido um lanchinho enquanto a Dinda Jozy estava comigo.
E finalmente, a enfermeira veio nos buscar para ir para o apartamento. Já passavam das 20hs e eu já estava com 14hs de vida. Papai ajudou a empurrar a maca neste meu segundo passeio. Foi a primeira vez que subi na vida – do 3º. para o 5º. andar.

Dinda Jozy e Dindo Hugo esperavam no quarto. Papai e Dindo Hugo ainda foram ao carro pegar as malas. E assim, cheguei ao lugar onde eu ia passar a minha primeira noite de vida.

segunda-feira, maio 16, 2011

Ele escrevendo... A ida para maternidade e minha chegada

Como sei que Lucas algum dia vai perguntar de onde veio, estou deixando tudo registrado... Assim, vou ter a resposta pronta.

"Eram 1:15hs da manhã, quando papai acordou com a mamãe de roupão, falando que achava que tinha estourado a bolsa. Mas mamãe não tinha certeza e não tinha dores.

Mamãe teve vontade de ir ao banheiro, levantou, mas não deu tempo de chegar lá. Será que era a bolsa? Será que era xixi? Mamãe tomou um banho e voltou para a cama. Mas logo levantou de novo para ir ao banheiro. E assim, ficamos com aquela dúvida: era xixi ou tinha estourado a bolsa?

Recorremos à internet, mas tem tanta informação lá, que a dúvida continuou.

Resolvemos então arrumar as malas. Afinal, não seria trabalho perdido se fosse alarme falso. Primeiro a mala da mamãe. Depois a minha malinha. Pinhão, Café e Jujuba começaram a desconfiar de algo...

Mamãe começou a ter também cólicas, mas achava que era vontade de ir ao banheiro. Tomou outro banho porque a água quente aliava as cólicas. Deviam ser as primeiras contrações, mas mamãe não sabia.

Malas quase prontas, as cólicas aumentaram. Mamãe tentou ligar para a médica, mas ela não atendeu. Eram quase 3 horas da manhã.

Na dúvida, resolvemos ir para maternidade. Malas no carro e mamãe começou a apressar papai porque as dores estavam aumentando. Eram quase 4 horas quando saímos de casa.

Avisamos Opa e Oma, mas não conseguimos avisar Vovô Lima e Vovó Tê, nem Tia Fê.

No caminho para maternidade, mamãe estava sentindo contrações fortes. E papai nem se lembrou de escolher um caminho que só pegasse asfalto. Pegou ruas de paralelepípedo (que palavra difícil!) e mamãe reclamou! Mas quem sabe, isto pode ter ajudado.

Entramos pela emergência, às 3:50hs. Estava vazia e mamãe foi atendida rapidamente. Ela não achou que foi tão rápido assim. Estava com dores. Muitas dores.

Ninguém conseguiu falar com a médica, nem no hospital. O médico de plantão avaliou a mamãe e a encaminhou para Parto Normal. Mamãe estava com tantas dores que nem ouviu. Nesta hora, mamãe estava com 2cm de dilatação e a bolsa não tinha estourado.

Enquanto papai fazia a internação da mamãe, Opa e Oma chegaram na maternidade. Papéis feitos, papai voltou para perto da mamãe.

Ela estava na sala de pré-parto. Já tinha tomado banho quente, mas nada aliviava as dores. Não podia tomar nenhum anestésico porque ela queria esperar a médica dele – que entrava de plantão às 7hs – para fazer a cesárea. Ela reclamava que eram exatamente estas dores que ela não queria sentir.

Finalmente, às 5hs, conseguiram falar com a Dra. Amanda. Ela já estava a caminho.

Levaram mamãe para a sala de parto. Papai ainda não pode ir. Papai aproveitou e continuou tentando avisar Vovô Lima, Vovó Tê e Tia Fê. Mas só conseguiu passar uma mensagem de texto para eles.

Dra. Amanda chegou às 5:20hs. Ainda faltava a anestesista. Papai só ouvia mamãe reclamar de dores, mesmo ele não estando ao lado da mamãe. Ainda bem que neste momento o Centro Obstetrício (mais uma palavra difícil) estava vazio.

A anestesista, Dra. Luciane, chegou às 5:25hs e foi preparar mamãe para meu nascimento. Nisso, as coisas ficaram mais calmas, apesar de mamãe ainda estar com dores e ter dificultado um pouco o trabalho da anestesista. Ela queria dar a injeção – que ainda bem que eu não vi o tamanho da agulha – enquanto mamãe estava tendo contrações.

Papai aguardava no corredor. Ele já estava agoniado e andava de um lado para outro. Estava com medo que fossem esquecer ele e não o chamassem para o nascimento.

Tudo pronto e chamaram papai. Quando ele chegou, mamãe estava deitada na maca, em posição de cruz para poder receber todos os soros que precisava. Dra. Amanda e a instrumentadora já estavam abrindo minha porta de saída. Um pano verde impedia que mamãe visse qualquer coisa. Papai estava atrás da mamãe, sentado num banquinho. Ele tinha medo de passar mal, desmaiar, mas ele estava tão tranqüilo que nem teve dúvidas de ir para os pés da maca quando as enfermeiras perguntaram se ele queria ver meu nascimento. Papai agüentou forte e bateu um monte de fotos.

Nossa, a doutora e a instrumentadora tiveram que fazer força para que eu pudesse nascer. Pensei que numa cesareana, não fizessem tanta força.

Então, eu nasci. Eram 5:57hs do dia 13 de Maio de 2011 – uma sexta-feira (sexta-feira 13 e nada de superstições). A pediatra me avaliou e deu notas 8 e 9. Nasci com 2,955kg e 48cms. Chorei logo. Nasci bem cabeludo, com mais cabelos do que meu papai tem hoje. As unhas estavam compridas, porque ninguém quis cortar enquanto eu estava na barriga da mamãe.

Apesar de ser uma sexta-feira treze, outros acontecimentos mais importantes também são comemorados no dia 13 de Maio: aniversário da ponte Hercílio Luz, dia de Nossa Senhora de Fátima e comemoração da assinatura da Lei Aúrea, abolindo a escravatura.

Papai ficou ao meu lado, no bercinho aquecido, enquanto fechavam a porta que tinham aberto na barriga da mamãe. Mamãe acha que foi um portão!

Agora, posso ajudar papai a escrever neste blog."

terça-feira, maio 10, 2011

Nós conseguindo...

Mas depois de 1 ano tentando, o que será que fizemos que fez com que conseguíssemos atingir nosso objetivo e engravidar?

Algumas hipóteses:

- Solange buscou ajuda em essências florais, motivada pela dica de nossa amiga Liliana. Comprou 2 livros sobre isto e comprou alguns florais, entre eles o She Oak. Confesso que não acredito muito nisto, mas o que dizer depois que pode efetivamente ter ajudado? Ela realmente tomou os florais...

- Pelo meu lado, eu tomei vitaminas com zinco, conforme receitado pelo médico. Segundo ele, o zinco poderia ajudar a tratar a minha Astenoteratozoospermia (!!!!). Que palavrão é este? Trata-se do diagnóstico do meu exame – aquele chato que comentei no post passado relacionado a forma e velocidade dos ditacujos...

- O médico nos desacreditou pelo fato dos cistos nos ovários da Solange. Disse que somente após retirada dos cistos que poderíamos voltar a tentar.

Sinceramente, esta 3ª hipótese realmente nos desacreditou e fez com que diminuíssemos a expectativa naquele momento. Ou seja, relaxamos... E foi então que... GOOOOLLLLL!!!!!

Nunca iremos saber qual foi o fator predominante, mas ficam as dicas acima. O fato é que hoje faltam apenas 7 dias para o dia D!

segunda-feira, maio 09, 2011

Nós tentando...

Está quase chegando o dia que vai mudar nossas vidas!

Foi-se o tempo em que contávamos os meses que faltavam para o nascimento do Lucas. Foi-se a época que contávamos as semanas que faltavam. Agora, são poucos dias. E quem sabe menos ainda do que pensamos. Por enquanto, tudo correndo bem para a chegada dele no dia marcado (e correndo mesmo, sem trocadilhos).

E pensar que houve tempo em que eu nem imaginava que um dia eu seria pai. Eu brincava dizendo que eu só queria filhos se já viessem prontos e inscritos na faculdade. Mas é claro que estou curtindo. E muito.

Chegar até aqui não foi fácil. Quando adolescentes, a gravidez é algo normalmente evitado, com todo esforço. Agora, que os anos já se passaram e ultrapassamos a barreira dos 30, a gravidez é algo a ser conquistado com todo esforço. Até entendo que o corpo humano está mais preparado para gerar descendentes mais cedo, mas a rotina atual nem sempre permite. Casamos mais tarde, queremos conquistar mais coisas antes do primeiro filho. E a paternidade vai ficando cada vez mais tarde. Talvez seja algo que a evolução das espécies corrija em breve.

A decisão de tentar o primeiro filho foi tomada em conjunto. Algo que a Solange queria muito. O meu pensamento foi mais metódico – se não for agora, pode ser tarde demais. É, eu já estava com 34 anos e a Solange com 33 anos. Não foi só estalar os dedos e começar a preparar o enxoval.

Assim que a decisão foi tomada, a Solange procurou o médico para saber se estava tudo certo. Alguns exames, mas nada conclusivo. Será que ela ovulava? Ela sempre teve o ciclo menstrual regular e isto era um bom sinal. Mas os meses passavam e nada de atrasar este ciclo. E o médico dizia – demorar até 1 ano é normal, afinal foram muitos anos de pílula anticoncepcional.

Como bom marido, fui procurar também o médico. Lá fui eu fazer um exame um tanto quanto desconfortável, digno de filmes de comédia. E o resultado também não foi nada conclusivo. Meus espermatozóides não tinham forma perfeita e nem eram muito rápidos. Mas tinham um bom volume. Ou seja, tinha que continuar tentando.

Até que os exames confirmaram que a Solange estava com cistos em um dos ovários, o que podia explicar a não ovulação. Mas e o outro ovário? Sem respostas. O médico dizia que era melhor retirar estes cistos para então voltar a tentar. Bem, pegamos os papéis para a cirurgia, marcamos até data, mas tivemos que adiar porque a Solange estava mudando de emprego e não poderia ficar afastada naquela época.

E não é que tivemos uma boa surpresa. A danada da visita mensal atrasou.
Um belo dia, eu estava voltando de viagem e a Solange me aguardava com aqueles testes de farmácia... E o bastonete indicava dois risquinhos – resultado positivo para quem não sabe – confirmado depois no exame de sangue. Era o começo de uma nova vida. Para nós e para um novo ser. A primeira etapa estava vencida. Um certo alívio, mas início de outras tantas preocupações.