No intercâmbio que participei, fica-se na casa da família da pessoa que veio ao seu país, ficar na sua casa. Então, o Alastair e Karen vieram ao Brasil em Nov/93 para passar também 10 semanas. Era para eu e a Tatiana - a outra garota brasileira - irmos na mesma época para África do Sul, mas acredito que devido as festas de final de ano, alteramos nossa ida para Janeiro.
Quem ficou na minha casa foi a Karen - uma garota loira, descendente de holandeses - que morava em Kokstad (acho que é isto), uma cidade menor e bem mais conservadora da África do Sul. Mas Karen não conseguiu aguentar as saudades de casa - devia ter outros problemas também - e pediu para voltar para casa apenas 1 semana depois da chegada no Brasil.
O Alastair ficou na casa da Tatiana, mas como Karen foi embora cedo, ele passou algum tempo em casa também. Viajou com minha família até SP para as festas de final de ano, onde visitamos o Ibirapuera, o MASP e a Av. Paulista.
Não lembro bem o porquê, mas eu fiquei na casa do Alastair em Durban e a Tatiana ficou na casa da Karen, em Kokstad.
Durban é uma cidade grande - considero que do tamanho de Curitiba - banhada pelo Oceano Índico. Fica no Estado de KwaZulu-Natal (antes era apenas Natal) e tem forte presença de indianos. Descobri hoje numa das diversas entrevistas que estão passando sobre a África que Mahatma Ghandi morou mais de 2 décadas lá.
Esta influência indiana afeta bastante a culinária local. A comida é apimentada e bem condimentada, principalmente com curry. Não sou muito fã nem de curry, nem de pimenta, mas suportei bem a alimentação. Claro que tive apoio de minha família local, que não carregava tanto nos condimentos enquanto eu estive lá.
Mas lembro de uma refeição onde comemos ovos mexidos com pimentas verdes inteiras. Desde modo, era fácil eu tirar os pedaços de pimenta e comer somente os ovos. Mas numa das garfadas, veio um pedaço de pimenta no garfo e resolvi experimentar. Ah, se arrependimento matasse... Naquela noite, tomei muita água e comi muita pastilha de hortelã, tentando "esfriar" minha língua!
Eu morei numa bonita casa na vizinhança de Shallcross - um bairro onde a população principal é descendente de indianos. Minha família lá era bem interessante - o patriarca Sewchand, de descendência indiana e sua esposa Gaynor, de descendência negra. Esta miscigenação não era comum antes do Apartheid e isto fez com que Sewchand e Gaynor tivessem que se separar. Ficaram algum tempo separados. Sewchand casou-se novamente e se separou. E os dois voltaram a se casar novamente.
Também moravam na casa 2 filhos deste 2o casamento de Sewchand.
Lembro de outra pessoa na casa, um irmão de Sewchand, mas que não recordo se ele morava lá ou não. Por ser uma pessoa de mais idade, eu tinha bastante dificuldade em entender o inglês dele. E para não ficar sempre perguntando "What?", eu usava a seguinte tática: se ele falava e esboçava um sorriso, eu sorria também; se ele falava e fazia uma cara séria, eu franzia a testa também.
A diarista que ajudava Gaynor nas tarefas pesadas era uma negra da tribo zulu - a mais populosa da África do Sul e de forte presença no estado de KwaZulu-Natal. Com ela, realmente a comunicação não funcionou. Ela não falava inglês, apenas o Zulu. Infelizmente, não aprendi muita coisa em Zulu, apenas a saudação de quando se encontra alguém: Sawbona. Acho que é assim que se escreve. E a resposta deveria ser: Yebo sawbona. Então, posso colocar no meu currículo que eu falo Zulu?
Falando em idiomas, a África do Sul tem hoje 11 línguas oficiais: Inglês, Africâner e outros 9 dialetos negros. Quando estive lá, somente o inglês e o africâner eram línguas oficiais. O africâner é bem parecido com o holândes - complicado e com palavras compridas. Infelizmente, não aprendi nada do africâner - entendia apenas os termos principais das placas de sinalização porque estavam normalmente em Africâner e em Inglês.
A cidade onde Tatiana ficou parte do intercâmbio falava mais o africâner e ela sofreu um pouco com isto, tendo pedido e conseguido passar o final do intercâmbio em Durban.
Está sendo divertido e saudosista escrever sobre estas lembranças. Espero que estejam gostando também.
3 comentários:
meu amigo preciso traduzir a seguinte frase "Nants ingonyama bagithi Baba Sithi uhm ingonyama", "Ingonyama nengw' enamabala". vc sabe me dizer o q extamente isso quer dizer?
grato - se poder responder para hich@bol.com.br
oi tudu bem com vc amiga o meu nome e ryan eoseu
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