segunda-feira, junho 07, 2010

South Africa'94 - Como fui parar lá

Se dessem a opção para um jovem de 18 anos escolher para onde ir, nos idos de 1994, com certeza ele não escolheria a África do Sul. Terra desconhecida, terra de segregação. Mas não foi assim que aconteceu... Não tive opções.

Eu tinha tido intenção de fazer intercâmbio alguns anos antes, meados de 1992. Talvez fosse num momento de decepção adolescente, provavelmente amorosa, onde eu queria ir para o mais longe possível. Eu queria ir para a Austrália. Até cheguei a preencher os formulários, mas desisti.

Menos de 2 anos depois, meu pai, que é rotariano, apareceu com a possibilidade de um intercâmbio de curta duração para a África do Sul. Eu já estava na faculdade. Tinha completado 18 anos a pouco. E o prazo para resposta era curto - o dia seguinte. Com tão pouco prazo, decidi ir. E fiz a escolha certa.

Viajei no dia 10 de janeiro e fiquei na África do Sul até o dia 18 de março - 10 semanas - 2 meses e meio. Como era um intercâmbio, fiquei na casa de uma família sul-africana. E o filho deles tinha vindo para o Brasil, também por 10 semanas. Mas ele chegou antes e pude conhecê-lo. O nome dele era Alastair. Como ele veio antes, também voltou antes e passamos bons momentos juntos.

Lembro que foram minhas primeiras milhas Smiles acumuladas. E foram logo muitas milhas. O vôo era SP - Joanesburgo e depois uma conexão para Durban - onde passei a maior parte do tempo.

Na mesma época, outra intercambista brasileira também viajou comigo. Também de Florianópolis. O nome dela é Tatiana Rotolo. Hoje, não tenho mais o contato com ela. Ela era um pouco mais nova e tenho certeza que as impressões dela sobre o país e a experiência do intercâmbio foram diferentes, o que é normal - afinal somos seres humanos e únicos.

Eu já falava inglês, mas foi neste intercâmbio que o desenvolvi bem.

Em 1994, eu já estava entrando no 2o. ano da faculdade. As decepções adolescentes que me fizeram procurar o intercâmbio em 1992 já tinham passado e a medida que chegava a hora da viagem, com mais incertezas sobre minha decisão eu ficava. Era época de Natal, de Ano Novo e isso também afetava. As últimas noites em Floripa foram angustiantes. A despedida de meu pai, quando sai de Floripa de ônibus para SP foi difícil. A despedida de minha mãe no aeroporto de SP foi mais fácil - ali, não tinha mais volta.

E fui. E não me arrependo. Com certeza, este intercâmbio mudou minha vida. E é um dos pilares que fazem eu estar onde estou hoje. Como? Por que? Sigam e cobrem - que continuarei contando esta aventura.

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