Não foi por opção que enfrentei pousar com um Airbus A320 na curta pista de Congonhas. Eu havia escolhido um vôo direto de Floripa para o Galeão, mas, por ter sido cancelado, fui transferido para um vôo com escala em Congonhas.
Não foi meu primeiro pouso em Congonhas após o acidente que matou 199 pessoas no mês de Julho. Já havia enfrentado esta emoção com um Boeing no final de semana do dia dos Pais.
Porém, neste domingo, o pouso foi com um modelo de aeronave igual ao que se acidentou. Creio que não fui o único passageiro que ficou prestando atenção em tudo o que acontecia depois do pouso. Sentir o toque das rodas no solo. Ouvir o barulho dos reversos funcionando. Torcer para que os manetes estivessem todos na posição correta. Sentir a velocidade diminuir. E respirar aliviado.
É incrível como os brasileiros aprenderam sobre aviões e aeroportos no último ano.
Após o acidente da Gol, soubemos que o transponder é um aparelho usado para identificar o avião nos radares e que permite evitar colisões entre 2 aviões no ar.
Aprendemos que no céu, existem aerovias e que a separação vertical entre elas é de 1.000 pés.
Com o acidente da TAM, descobrimos os reversos, os spoilers e as manetes. Aprendemos que existem marcas na pista dos aeroportos mostrando os limites de segurança para o toque das rodas no solo. Soubemos que um avião pousa com uma velocidade próxima de 250km/h e que pode estar pesando mais de 60ton quando toca no solo.
Foi um aprendizado difícil e cruel. O que mais iremos aprender?
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