Quem diria! Voltei a estudar. Tirando cursos de curta duração e de idiomas, eu não estudava tanto desde 1999. O retorno tem sido bom, pelo menos no que diz respeito as notas. Fui bem na primeira prova. Tentei me lembrar quando foi que eu tinha feito minha última prova. Não consegui. Exceto a do concurso, provavelmente minha última prova tenha realmente sido no século passado. E olha que já fazem mais de 6 anos que deixamos o século XX para trás.
Depois das palestras, o primeiro módulo foi EPA - Exploração, Produção e Abastecimento. Trata-se de uma série de disciplinas sobre conceitos básicos da indústria do petróleo. Foi muito interessante. Vou socializar o conhecimento, listando as matérias estudadas e o que são.
Geologia: como o petróleo é formado; porque o Oriente Médio tem petróleo em maiores quantidades e menos profundo; condições essencias para existência do petróleo.
Geofísica: métodos para estudar o subsolo; estudos sísmicos e suas características.
A carreira de Geologia é muito importante para a indústria do petróleo. Eu não tinha esta visão quando cursei Geologia no curso de Engenharia Civil. Mas parece que os geólogos e os engenheiros tem uma rixa dentro da Petrobras. Os comentários são que os geólogos nunca respondem uma pergunta com certeza, mas sempre com "Pode ser...".
Perfuração: depois de ouvir do Geólogo onde "pode ser" que tenha petróleo ou gás, passa-se a perfurar o poço. Quanta coisa é necessária! E trata-se de um momento crítico, porque não se pode permitir que o petróleo jorre. Além disso, trata-se de um trabalho árduo, braçal. Aparece até naquela série da Discovery dos piores trabalhos do mundo. É meter a broca mesmo e fazer furo!
Completação: após a perfuração atingir o reservatório, efetua-se a completação do poço, deixando-o pronto para produzir.
Engenharia de Reservatórios: um reservatório pode ter diversos poços, ligados a uma mesma plataforma. Realiza-se todo um planejamento para obter o máximo rendimento deste reservatório.
Elevação: como trazer o petróleo lá das profundezas? O poço pode ser surgente, quando não precisa de métodos auxiliares de elevação. Ou pode-se ter que injetar gás ou usar bombas para conseguir produzir o óleo. Agora, imaginem uma bomba ser instalada num poço que pode ter quilômetros de extensão, com a boca do poço localizada a quase 2.000m de profundidade.
Processamento Primário: o petróleo é retirado junto com água e gás. É necessário separar o gás e a água já nas plataformas. E a água precisa ser tratada antes de ser devolvida ao mar.
Abastecimento: trata-se do refino do petróleo para obter os derivados. Diversos processos são utilizados. Quanta coisa pode ser obtida do mesmo petróleo: gás, gasolina, querosene de aviação, diesel, óleo pesado, e outros. O trabalho do Químico e do Engenheiro Químico é essencial.
Ufa! Quanta coisa, vista em 1 semana. Tive excelentes professores, todos funcionários da Petrobras.
O segundo módulo está sendo Gestão de Negócios. Por se tratar de matérias já vistas, não está sendo tão interessante.
No dia 9 de Julho, começo a Dimensão Vivencial (ou estágio). Serão 3 meses, sendo 2 deles no RJ e um deles em Macaé (setembro). Vou conhecer o que um Analista de Transporte Marítimo faz na Petrobras. Por que RJ e Macaé? Porque deve ser onde vou trabalhar depois.
Em Outubro, volto para a sala de aula para mais 4 meses de curso. Serão disciplinas mais específicas (e mais difíceis). Afretamento, Métodos de Programação, Contratos, Direito Marítimo e outras.
Finalmente, em Fevereiro, devo começar a trabalhar.
Será muito estudo para quem não estudava a muito tempo. Mas também fazia tempo que meu celular não tocava tão pouco, que minha caixa de mensagens de e-mail não ficava tão vazia. Vou aproveitar!
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